Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única.
(Albert Schweitzer)
As sandálias do discípulo fizeram um barulho especial nos degraus da escada de pedra que levavam aos porões do velho convento. Era naquele local que vivia um homem muito sábio. O jovem empurrou a pesada porta de madeira, entrou e demorou um pouco para acostumar os olhos com a pouca luminosidade.Finalmente, ele localizou o ancião sentado atrás de uma enorme escrivaninha, tendo um capuz a lhe cobrir parte do rosto. De forma estranha, apesar do escuro, ele fazia anotações num grande livro, tão velho quanto ele.
O discípulo se aproximou com respeito e perguntou ansioso pela resposta:
- Mestre, qual o sentido da vida?
O idoso monge permaneceu em silêncio. Apenas apontou para um pedaço de pano, um trapo grosseiro no chão junto à parede. Depois apontou seu indicador magro para o alto, para o vidro da janela, cheio de poeira e teias de aranha. Mais do que depressa, o discípulo pegou o pano, subiu em algumas prateleiras de uma pesada estante forrada de livros. Conseguiu alcançar a vidraça, começou a esfregá-la com força, retirando a sujeira que impedia a transparência. O sol inundou o aposento e iluminou com sua luz estranhos objetos, instrumentos raros, dezenas de papiros e pergaminhos com misteriosas anotações.
Cheio de alegria, o jovem declarou:
- Entendi, mestre! Devemos nos livrar de tudo aquilo que não permite o nosso aprendizado. Devemos buscar retirar o pó dos preconceitos, as teias das opiniões, a sujeira da arrogância e a escuridão das acusações que impedem que a luz do conhecimento e da humildade nos atinja. Só então poderemos enxergar as coisas com mais nitidez.
Fez uma reverência e saiu do aposento, a fim de comunicar aos seus amigos o que aprendera. O velho monge, de rosto enrugado e ainda encoberto pelo largo capuz, sentiu os raios quentes do sol a invadir o quarto com uma claridade a que se desacostumara. Viu o discípulo se afastando, sorriu levemente e falou:
- Mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que o outro enxerga. Afinal, eu só queria que ele colocasse o pano no lugar de onde caiu.
CONCLUSÃO:
Pense em como aquilo que você faz todos os dias, está influenciando as pessoas que estão à sua volta. Reflita se os seus hábitos e atitudes influenciam positiva ou negativamente. Por isso, aja sempre em favor e pelo bem. Faça as coisas corretas, começando pelas pequenas coisas como, por exemplo:
- Não falar mal do seu próximo.
- Não denigrir a imagem alheia por ciúme, inveja e rancor.
- Não arranque flores dos jardins dos outros, mesmo que seja para plantar em sua casa, em seu jardim. Preserve também o que não é seu.
- Seja você aquele que não aponta o erro do seu irmão, enquanto procura ocultar o seu.
- Preserve a paz! Não promova guerra, inimizade, desarmonia e desunião entre as pessoas.
Enfim, dê o bom exemplo em tudo. Ao seu lado, sempre haverá alguém que se achará no direito de fazer o mesmo que você faz.
E lembra-se: "mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que o outro enxerga."