QUE QUERES QUE EU TE FAÇA? Mc 10.48
Na antiguidade, Jericó era uma cidade da orla oriental de Gor, à distancia de
10 quilômetros do rio Jordão. Foi a primeira cidade conquistada pelos
israelitas sob o comando de Josué. Achava-se protegida por muralhas e portas de
grande resistência (Js 2.5 e Nm 22:1). Foi em Jericó estabelecida uma escola de
profetas, sendo visitada por Elias e Eliseu (2Rs 2.4-18). Atualmente, Jericó é
um montículo de três hectares chamado de Tell es-Sultão, localizado ao lado de
abundante manancial conhecido como Fonte de Eliseu.
Jesus
e os discípulos passavam por Jericó, quando de repente, ouvem o clamor: “Jesus,
filho de Davi, tem compaixão de mim!”. Era o cego mendigo, que perspicazmente
toma conhecimento do que acontece na cidade, naquele dia, hora e local. Seu
nome? Bartimeu. Filho de Timeu. Em aramaico: Bar-teymah, "filho da
pobreza". Eis um homem estigmatizado pela miséria, preconceito e toda
sorte de infortúnios. Certamente, cresceu ouvindo as histórias sobre Jericó: De
como Deus levou os israelitas a conquistá-la, das maravilhas operadas pelo
Senhor dos Exércitos através das vidas de Elias e Eliseu.
O
grito de Bartimeu era convicto, fervoroso, ele tinha conhecimento do Messias e
acreditava ser aquela, uma grande oportunidade de mudança. A única, a maior
oportunidade da vida! De modo, que não vacilou na investida por sensibilizar
Jesus: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!”. A resposta do mundo a seu
apelo é o impedimento: “E muitos o repreendiam, para que se calasse, mas ele
cada vez gritava mais” Mc 10:48. A resposta de Jesus, é voltar-se para o cego e
perguntar: “Que queres que eu te faça?” .
A Capa e O Jovem Rico
Pouco
antes de encontrar Bartimeu, Jesus e os discípulos haviam conversado com um
jovem muito rico, “dono de muitas propriedades” Mc 10:22 e que dizia cumprir
fielmente os 10 mandamentos. Convidado a renunciar a riqueza material e seguir
Jesus, “retira-se de Sua presença: Triste e contrariado.”
Bartimeu era tão pobre que seu bem mais valioso era sua capa. Com ela, ele se
protegia do sol, da chuva, escondia o rosto por vergonha, medo e desprezo. Uma
capa velha e suja que também estendia ao chão para atirarem sobre ela as
ofertas. A capa de Bartimeu, ao mesmo tempo que era representação de pobreza,
também era sua riqueza.
“Parou Jesus e disse: Chamai-o. Chamaram então, o cego, dizendo-lhe: Tem bom
ânimo; levanta-te, Ele te chama. Lançando de si a capa, levantou-se de um salto
e foi ter com Jesus” Mc 9:49,50.
Filho de Timeu
Sem identidade. O
cego mendigo não tinha identidade. Todos o conheciam como: “Bartimeu ou filho
de Timeu, filho da pobreza”. Não sabemos se o nome era de batismo ou herança
social, o certo é que representava um estado, uma condição imposta, pela
própria família ou sociedade. Uma sociedade, que acreditava ser impossível a
transformação, a passagem de um estado de derrota, para a vitória.
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O cálice e a humildade
É
também em Jericó, a caminho do encontro com Bartimeu que Jesus ensina aos
discípulos: “Quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o
próprio Filho do homem, não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate de muitos” Mc 10.44-45
É incrível como todo o capítulo 10 de Marcos está organizado: temos Jesus e os
discípulos em Jericó, encontrando um jovem rico que renuncia a Salvação por
amor aos bens. Os filhos de Zebedeu pedindo para assentar-se a direita e
esquerda de Jesus na glória dos céus e o cego mendigo que em toda sorte de
limitação, se mostra maior e mais digno de receber o Reino no coração do que
todos os outros que são descritos em Jericó.
Lições em Jericó
“Então
disse Jesus: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente tornou a ver e seguia a
Jesus estrada afora” Mc 10:52
Bartimeu que vivia “à beira do caminho” Mc 10:46 agora passaria a ser discípulo
de Jesus, estrada afora. Seu caminho já não era de morte, mas de vida.
Enxergando, de novas vestes, aparência, renovado em ânimo e modo de falar,
Bartimeu ganhara fama nacional! Ele nos ensina a não desperdiçar oportunidades,
não se calar diante dos obstáculos, mas insistir, persistir na vitória. Aprendo
com Bartimeu que é importante identificar o momento oportuno e investir na
ocasião.
Ao largar sua capa e levantar-se em direção a Jesus, ele nos ensina o
desprendimento ao mundo, tradições, imposições sociais. Ensina que fazer
escolhas corretas implica em ter fé e arrepender-se. O jovem rico, perdeu a
grande oportunidade de sua vida! E era considerado por todos, como homem
influente e importante. Porém, o Reino de Deus, não considera aparência, mas
essência. Interior e não exterior.
A
história do cego de Jericó, nos ensina
que existe sim possibilidade de mudança para toda e qualquer pessoa, nada é
impossível para Deus. Ensina o valor de um clamor, a necessidade da oração.
Também, a simplicidade da fé. A oração feita por ele foi curta, mas tão intensa
que alcançou o coração de Jesus. O encontro de Jesus com Bartimeu ensina, entre
tantas coisas, que milagres acontecem todos os dias, em lugares comuns. Aquele
parecia ser um dia como outro qualquer, até que: Jesus aparece! Quanta
diferença entre: um dia sem Jesus e um dia com Ele!
(Por: W.R.)